Mídia Esporte Entrevista: Maurício Noriega
Por Otto Rezende
Administrador do Mídia Esporte
O "Mídia Esporte Entrevista" de hoje é especial, pois consegui uma entrevista com um dos grandes profissionais do Sportv e da Rede Globo de São Paulo. Elé é Maurício Noriega, comentarista, apresentador, jornalista esportivo e filho do ex-narrador Luiz Noriega. Agredeço a ele por me ceder essa entrevista e ter sido tão simpático comigo. Espero que gostem desse bate-papo, e quero seus comentários. Segue agora à entrevista com Maurício Noriega!
Mídia Esporte: Primeiramente conte-nos como começou na carreira de comentarista esportivo. Por quais veículos de comunicação você passou antes de chegar ao Sportv?
Maurício Noriega: Já tenho mais de 20 anos de carreira. Comecei em jornais, trabalhei em vários deles, como A Gazeta Esportiva, Lance!, Diário Popular e Folha da Tarde. Trabalhei com internet no portal SportsJÁ! e também tive uma passagem rápida pela Rádio Bandeirantes antes de chegar ao SporTV, isso em 2002.
ME: Como foi que você chegou ao Sportv? E qual foi a sua reação ao saber que estaria em uma das melhores equipes da mídia esportiva do Brasil?
MN: Eu comecei a trabalhar no SporTV fazendo produção de programas e, depois, edição de texto. Um dia me convidaram para fazer um teste como comentarista, pois eu já tinha comentado jogos na Rádio Bandeirantes e no site SportsJá! Eles gostaram do teste e comecei a comentar jogos em um União de Araras x Caxias, pela Série B, com narração de Eduardo Moreno. Fiquei muito contente com a oportunidade, o SporTV ainda não era o que é hoje, mas já tinha muito prestígio.
ME: Você já trabahou como jornalista esportivo por um bom tempo. Essa experiência foi fundamental para sua atual carreira de apresentador e comentarista?
MN: Sem dúvida. Ninguém deve comentar um jogo só porque acha que pode e sem ter visto muito, mas muito futebol ou outra modalidade, ou trabalhado por um bom tempo como repórter ou editor. Eu ralei muito, não apenas no futebol, mas já cobri Olimpíada, Pan, Fórmula 1, Mundial de Basquete, de vôlei, Copa Davis, sequestro, eleição, tudo que você possa imaginar. Isso tudo me deu bagagem e confiança para poder arriscar em novas áreas, mas sempre com a idéia de que estamos aprendendo a cada dia e ninguém, nunca, saberá tudo.
ME: Como é ser filho do ex-narrador Luiz Noriega? O que você mais aprendeu com o seu pai na parte profissional?
MN: É um orgulho, uma honra ser filho do Luiz Noriega. Ele é meu grande mestre e ídolo. Como narrador, acho que foi um dos três maiores da TV brasileira, pelo estilo absolutamente televisivo, elegante. Nunca fez rádio na TV. Como jornalsita ele tem uma carreira espetacular, com trabalhos para algumas das maiores empresas jornalísticas do mundo. Aprendi com ele muitas coisas, mas principalmente que nós, jornalistas, nunca somos maiores do que o evento que transmitimos ou que as pessoas que entrevistamos. Nós fazemos o meio-campo mas não somos as maiores estrelas.
ME: Além de seu pai, é claro (risos), em quais outros profissionais da mídia esportiva você se espelha?
MN: Muita gente boa com quem aprendi e aprendo. O amigo Nelson Nunes, hoje editor-chefe do Diário de S.Paulo, o Zé Roberto Malia, atualmente na Espn, Milton Leite e Jota Júnior, grandes colegas e amigos. Tem o Marco Mora na TV Globo, que é uma aula de TV, o Toninho Neves, que hoje está na Cultura, o Emanuel Castro, o Mário Jorge Guimarães, minahs amigas Mariana Godoy e Monalisa Perrone, no Bom Dia São Paulo. Tem muita gente mesmo.
ME: Como é a sua rotina diária nos canais em que você trabalha? Você faz alguma outra função além de comentarista e apresentador?
MN: Atualmente sou apenas comentarista e apresentador no SporTV e comentarista do Bom Dia São Paulo, na Globo. Antes fui chefe de reportagem no SporTV. Mas hoje minha rotina é de estudar para comentar jogos e apresentar programas, procurar estar sempre informado. Vejo muito futebol na TV e na Internet, leio muita coisa do mundo todo, troco e-mails com jornalistas amigos daqui, da Europa, da Argentina, do Uruguai, do Chile.
ME: Tenho algumas curiosidades sobre o trabalho de comentarista esportivo. Primeiramente quais os detalhes que o comentarista deve estar atento durante uma partida de futebol para analisar melhor o jogo?
MN: Eu acho que o bom comentarista tem que ver o jogo que todo mundo está vendo, não adianta achar que só ele vê certas coisas, descobre segredos etc. Isso não existe. O jogo é simples e é essa a magia do futebol, todo mundo sabe quando um time joga bem ou mal. No caso da TV, é preciso comentar lembrando que há uma imagem sendo recebida pelo telespectador e precisamos falar sobre essa imagem. É preciso informar e opinar, sempre com critério e isenção.
ME: Outra coisa muito interessante que eu queria saber são as diferenças de transmitir alguma partida de futebol nos estádios e nos estúdios. Quais as principais desvantagens de trabalhar no sistema 'Off-tube'?
MN: O off-tube prejudica a análise tática, da movimentação dos jogadores, da orientação dos técnicos, de detalhes que muitas vezes as câmeras não pegam. Você vê apenas o que as câmeras mostram, a mesma imagem que chega em casa. Para o narrador é bom seguir isso. Para mim é muito melhor comentar um jogo no estádio, tem o clima da torcida, a energia, tudo isso, dá para ver o sistema de jogo com clareza.
ME: Agora vamos falar um pouco de futebol. Qual a sua análise geral do Brasileirão deste ano? Na sua opinião, já existe algum time favorito ou há um equilíbrio?
MN: No momento em que respondo, na 26a rodada, o favorito é o Palmeiras. O time que mais venceu, que menos perdeu, só deixou de somar pontos em 4 jogos. É uma campanha consistente. Goiás está muito bem, Inter tem sido irregular e o São Paulo não avançou como se esperava. É um bom campeonato, que reflete a realidade do nosso futebol, com alguns jogadores se destacando individualmente. Citaria Marcos, Cleiton Xavier, Diego Souza, do Palmeiras; Giuliano e Sandro, do Inter; Vítor e Júlio César, do Goiás; Márcio Araújo e Diego Tardelli, do Atlético Mineiro.
ME: E a Seleção Brasileira, depois da última vitória contra a Argentina, agora convence? E o Dunga está fazendo um bom trabalho com esses três anos de experiência?
MN: O trabalho do Dunga é uma boa surpresa. Era uma incógnita e está sendo muito positivo. A Seleção mudou seu jeito de jogar, é mais na base do contra-ataque, um time menos cadenciado, mais rápido, mas quase sempre fatal.
ME: Dê algumas dicas para quem quer ser comentarista esportivo. Ser comenterista é um dom ou tem que estudar para isso?
MN: Ainda que seja um dom, para qualquer atividade é preciso estudar, trabalhar, treinar. Paul McCartney não lê nem escreve música, é um gênio, mas li uma entrevista dele em que afirma se arrepender de não ter tido uma educação formal em música. Acho que é preciso estudar, sim, e muito, e sempre, e para tudo. Inclusive para ser jornalista eu acho que é preciso estudar Jornalismo.
ME: Para encerrar, deixe uma mensagem para os leitores do Mídia Esporte que acompanham o seu trabalho.
MN: Boa sorte a todos, que todos sejam felizes e que possamos ter um País melhor e mais justo, em tudo, também no esporte e no futebol.
***
SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS:
- Facebook (facebook.com/midiaesporte)
- Twitter (twitter.com/midiaesporte)
- Instagram (instagram.com/midiaesporte)
- Telegram (t.me/midiaesporte)
- Google Notícias (CLIQUE AQUI PARA SEGUIR)
Quer anunciar no Portal Mídia Esporte? Entre em contato com a nossa equipe no email midiaesporte@gmail.com e solicite uma proposta.
Administrador do Mídia Esporte
O "Mídia Esporte Entrevista" de hoje é especial, pois consegui uma entrevista com um dos grandes profissionais do Sportv e da Rede Globo de São Paulo. Elé é Maurício Noriega, comentarista, apresentador, jornalista esportivo e filho do ex-narrador Luiz Noriega. Agredeço a ele por me ceder essa entrevista e ter sido tão simpático comigo. Espero que gostem desse bate-papo, e quero seus comentários. Segue agora à entrevista com Maurício Noriega!
Mídia Esporte: Primeiramente conte-nos como começou na carreira de comentarista esportivo. Por quais veículos de comunicação você passou antes de chegar ao Sportv?
Maurício Noriega: Já tenho mais de 20 anos de carreira. Comecei em jornais, trabalhei em vários deles, como A Gazeta Esportiva, Lance!, Diário Popular e Folha da Tarde. Trabalhei com internet no portal SportsJÁ! e também tive uma passagem rápida pela Rádio Bandeirantes antes de chegar ao SporTV, isso em 2002.
ME: Como foi que você chegou ao Sportv? E qual foi a sua reação ao saber que estaria em uma das melhores equipes da mídia esportiva do Brasil?
MN: Eu comecei a trabalhar no SporTV fazendo produção de programas e, depois, edição de texto. Um dia me convidaram para fazer um teste como comentarista, pois eu já tinha comentado jogos na Rádio Bandeirantes e no site SportsJá! Eles gostaram do teste e comecei a comentar jogos em um União de Araras x Caxias, pela Série B, com narração de Eduardo Moreno. Fiquei muito contente com a oportunidade, o SporTV ainda não era o que é hoje, mas já tinha muito prestígio.
ME: Você já trabahou como jornalista esportivo por um bom tempo. Essa experiência foi fundamental para sua atual carreira de apresentador e comentarista?
MN: Sem dúvida. Ninguém deve comentar um jogo só porque acha que pode e sem ter visto muito, mas muito futebol ou outra modalidade, ou trabalhado por um bom tempo como repórter ou editor. Eu ralei muito, não apenas no futebol, mas já cobri Olimpíada, Pan, Fórmula 1, Mundial de Basquete, de vôlei, Copa Davis, sequestro, eleição, tudo que você possa imaginar. Isso tudo me deu bagagem e confiança para poder arriscar em novas áreas, mas sempre com a idéia de que estamos aprendendo a cada dia e ninguém, nunca, saberá tudo.
ME: Como é ser filho do ex-narrador Luiz Noriega? O que você mais aprendeu com o seu pai na parte profissional?
MN: É um orgulho, uma honra ser filho do Luiz Noriega. Ele é meu grande mestre e ídolo. Como narrador, acho que foi um dos três maiores da TV brasileira, pelo estilo absolutamente televisivo, elegante. Nunca fez rádio na TV. Como jornalsita ele tem uma carreira espetacular, com trabalhos para algumas das maiores empresas jornalísticas do mundo. Aprendi com ele muitas coisas, mas principalmente que nós, jornalistas, nunca somos maiores do que o evento que transmitimos ou que as pessoas que entrevistamos. Nós fazemos o meio-campo mas não somos as maiores estrelas.
ME: Além de seu pai, é claro (risos), em quais outros profissionais da mídia esportiva você se espelha?
MN: Muita gente boa com quem aprendi e aprendo. O amigo Nelson Nunes, hoje editor-chefe do Diário de S.Paulo, o Zé Roberto Malia, atualmente na Espn, Milton Leite e Jota Júnior, grandes colegas e amigos. Tem o Marco Mora na TV Globo, que é uma aula de TV, o Toninho Neves, que hoje está na Cultura, o Emanuel Castro, o Mário Jorge Guimarães, minahs amigas Mariana Godoy e Monalisa Perrone, no Bom Dia São Paulo. Tem muita gente mesmo.
ME: Como é a sua rotina diária nos canais em que você trabalha? Você faz alguma outra função além de comentarista e apresentador?
MN: Atualmente sou apenas comentarista e apresentador no SporTV e comentarista do Bom Dia São Paulo, na Globo. Antes fui chefe de reportagem no SporTV. Mas hoje minha rotina é de estudar para comentar jogos e apresentar programas, procurar estar sempre informado. Vejo muito futebol na TV e na Internet, leio muita coisa do mundo todo, troco e-mails com jornalistas amigos daqui, da Europa, da Argentina, do Uruguai, do Chile.
ME: Tenho algumas curiosidades sobre o trabalho de comentarista esportivo. Primeiramente quais os detalhes que o comentarista deve estar atento durante uma partida de futebol para analisar melhor o jogo?
MN: Eu acho que o bom comentarista tem que ver o jogo que todo mundo está vendo, não adianta achar que só ele vê certas coisas, descobre segredos etc. Isso não existe. O jogo é simples e é essa a magia do futebol, todo mundo sabe quando um time joga bem ou mal. No caso da TV, é preciso comentar lembrando que há uma imagem sendo recebida pelo telespectador e precisamos falar sobre essa imagem. É preciso informar e opinar, sempre com critério e isenção.
ME: Outra coisa muito interessante que eu queria saber são as diferenças de transmitir alguma partida de futebol nos estádios e nos estúdios. Quais as principais desvantagens de trabalhar no sistema 'Off-tube'?
MN: O off-tube prejudica a análise tática, da movimentação dos jogadores, da orientação dos técnicos, de detalhes que muitas vezes as câmeras não pegam. Você vê apenas o que as câmeras mostram, a mesma imagem que chega em casa. Para o narrador é bom seguir isso. Para mim é muito melhor comentar um jogo no estádio, tem o clima da torcida, a energia, tudo isso, dá para ver o sistema de jogo com clareza.
ME: Agora vamos falar um pouco de futebol. Qual a sua análise geral do Brasileirão deste ano? Na sua opinião, já existe algum time favorito ou há um equilíbrio?
MN: No momento em que respondo, na 26a rodada, o favorito é o Palmeiras. O time que mais venceu, que menos perdeu, só deixou de somar pontos em 4 jogos. É uma campanha consistente. Goiás está muito bem, Inter tem sido irregular e o São Paulo não avançou como se esperava. É um bom campeonato, que reflete a realidade do nosso futebol, com alguns jogadores se destacando individualmente. Citaria Marcos, Cleiton Xavier, Diego Souza, do Palmeiras; Giuliano e Sandro, do Inter; Vítor e Júlio César, do Goiás; Márcio Araújo e Diego Tardelli, do Atlético Mineiro.
ME: E a Seleção Brasileira, depois da última vitória contra a Argentina, agora convence? E o Dunga está fazendo um bom trabalho com esses três anos de experiência?
MN: O trabalho do Dunga é uma boa surpresa. Era uma incógnita e está sendo muito positivo. A Seleção mudou seu jeito de jogar, é mais na base do contra-ataque, um time menos cadenciado, mais rápido, mas quase sempre fatal.
ME: Dê algumas dicas para quem quer ser comentarista esportivo. Ser comenterista é um dom ou tem que estudar para isso?
MN: Ainda que seja um dom, para qualquer atividade é preciso estudar, trabalhar, treinar. Paul McCartney não lê nem escreve música, é um gênio, mas li uma entrevista dele em que afirma se arrepender de não ter tido uma educação formal em música. Acho que é preciso estudar, sim, e muito, e sempre, e para tudo. Inclusive para ser jornalista eu acho que é preciso estudar Jornalismo.
ME: Para encerrar, deixe uma mensagem para os leitores do Mídia Esporte que acompanham o seu trabalho.
MN: Boa sorte a todos, que todos sejam felizes e que possamos ter um País melhor e mais justo, em tudo, também no esporte e no futebol.
***
SIGA NOSSAS REDES SOCIAIS:
- Facebook (facebook.com/midiaesporte)
- Twitter (twitter.com/midiaesporte)
- Instagram (instagram.com/midiaesporte)
- Telegram (t.me/midiaesporte)
- Google Notícias (CLIQUE AQUI PARA SEGUIR)
Quer anunciar no Portal Mídia Esporte? Entre em contato com a nossa equipe no email midiaesporte@gmail.com e solicite uma proposta.
Mauricio Noriega é disparado um dos melhores comentaristas de futebol do país. Parabéns pela entrevista.
ResponderExcluirObrigado Ribamar.
ResponderExcluirParabéns pelas entrevistas do seu site também. O "Esporte e Midia" está cada vez melhor.
'É nois', cara!(risos)