Mídia Esporte Entrevista: André Henning
O nosso entrevistado do Mídia Esporte de hoje é muito especial. O "Mídia Esporte Entrevista" especial de Natal não poderia ser com outra pessoa, se não o narrador da TV Esporte Interativo, André Henning. Ele é um dos profissionais da mídia esportiva que mais apoiam o nosso blog, além de ele ter sido eleito por vocês, leitores do ME, como o melhor narrador da TV aberta e o melhor profissional do ano no "Prêmio Mídia Esporte 2009". Nesse bate-papo falamos de toda a sua trajetória na carreira como repórter esportivo e narrador. Uma boa leitura para todos!
Mídia Esporte: Como foi o início da sua carreira na Rádio Metrópole (antiga Rádio Cidade) de Salvador? Por que você foi parar na Bahia e o que você mais aprendeu por lá?
André Henning: Fui parar na Bahia por conta do trabalho do meu pai. Ele, num determinado momento da carreira, foi trabalhar em Salvador e, depois de separados, minha mãe ficou por lá. Saí e voltei para Salvador algumas vezes na vida. Numa dessas, comecei a cursar jornalismo na UFBA e iniciei profissionalmente na então Rádio Cidade. Lá, aprendi de verdade a trabalhar no rádio. Desde a parte técnica, passando pela área artística e com envolvimento em praticamente todas as áreas do negócio. Foi minha grande escola, dois anos de muito aprendizado. Sempre que vou à boa terra, passo para fazer uma visita ao pessoal.
ME: É verdade que você iniciou a carreira de narrador esportivo na Rádio Transamérica de São Paulo, depois de vários anos trabalhando como jornalista? Quem te influenciou mais, e quando e como isso começou?
AH: Sim, depois de muito tempo como repórter. Tive uma influência direta do Éder Luiz, meu chefe na ocasião. Foi ele quem me incentivou, até me obrigou a narrar, hehe... Mas meu maior ídolo na narração esportiva no rádio é Osmar Santos. Na TV, Galvão Bueno é o melhor que vi. Hoje, Luiz Roberto dá show.
ME: Onde e quando você começou a sua carreira na televisão? Como foi esse processo de adaptação da narração na TV, porque que até então você narrava no rádio?
AH: Comecei na TV num projeto do Esporte Interativo em UHF, dentro da NGT no ano de 2006. A adaptação foi até tranquila, depois de umas “broncas” por estar “muito rádio”. Mas, se tenho uma virtude, é aprender rápido. E saquei de cara que o estilo de narração era um pouco diferente mesmo. Depois disso, foi na boa...
ME: Em 2007, você chega na TV Esporte Interativo como o principal narrador. Como você avalia esse crescimento da emissora e como é a convivência entre os seus colegas de trabalho?
AH: A convivência é a melhor possível, o ambiente é realmente ótimo para se trabalhar. Isso é algo difícil nesse meio. Já trabalhei em alguns lugares e converso com muita gente também. O meio de rádio e TV é repleto de traíras, invejosos, pessoas de péssima índole... é muita vaidade em jogo. O ambiente bom te dá tranqüilidade para trabalhar bem. Quanto ao crescimento do Esporte Interativo, isso é só o começo. Vem muito mais por aí, tenho certeza.
ME: Me lembro que, em algum tempo atrás, você participou de uma maratona, e você ficou extremamente emocionado quando você ligou para o seu pai, Hermano Henning, depois de concluir a prova. Por que você se emocionou tanto?
AH: Porque ele foi (e ainda é) minha principal inspiração para correr. A corrida foi algo que transformou minha vida e ele é o principal responsável por isso. Quanto à maratona em si, foi em 2007. Só o fato de conseguir terminar bem, já seria motivo para se emocionar, mas ela significou algo mais. Eu passava por um péssimo momento pessoal na minha vida e chegar ao fim daquela prova era uma força para superar todos os obstáculos que viessem pela frente. A superação te dá forças. E foi isso que aconteceu.
ME: No programa "Jogando em Casa" você usa os cartões amarelo e vermelho. Como surgiu a história dos cartões e para que exatamente você os usa?
AH: Putz, não é a coisa mais inovadora do mundo utilizar cartões amarelos e vermelhos. Para ficar barato, cito o Gilson Ricardo no Jogo Aberto Rio e o Raimundo Varela, lá de Salvador. Eles já usam os cartões há mais tempo. Nem lembro qual foi a primeira vez que usei, mas faz tempo que não os utilizo. O Henrique Marques sumiu com eles do estúdio durante um tempo e me acostumei a não usá-los... hehe... Acho que o Henrique foi apitar um jogo, ganhar um troco extra, sei lá, hehehe...
ME: Como surgiram alguns de seus famosos e engraçados bordões, como "Tem que apanhar de cinta"? Os bordões são seus mesmo?
AH: Todos naturalmente, são coisas que não são criadas, mas que ouço por aí. O “tem que apanhar de cinta” é algo falado pelo torcedor, foi daí que tirei isso. E todos os outros acontecem por instinto mesmo, sem fabricação prévia. Se ficarem bem no ar, repito. Senão, paro. Simples assim. Mas também não tenho obrigação nenhuma de falar numa transmissão. Eu deixo que eles venham naturalmente, não forço nada...
ME: Na minha opinião, você é um dos melhores narradores esportivos - se não o melhor, principalmente pela emoção e pela empolgação em que você narra os jogos. Como você consegue tornar um jogo pouco empolgante em uma partida emocionante?
AH: Obrigado pelas palavras, agradeço mesmo. Faço o jogo se tornar emocionante basicamente por um motivo: eu realmente me emociono com eles. Claro que, às vezes, um jogo não empolga, não emociona. Aí, é hora de buscar no fundo do conhecimento algo que o torne atrativo. Mas primeiro ele se torna atrativo para mim, entende? Eu apenas consigo jogar na tela o que estou realmente sentindo. Se eu não estiver “no jogo”, aí não dá certo...
ME: Vamos falar um pouco de futebol. O que você espera do seu time de coração, o Corinthians, para o ano de 2010. O time tem chances de título na Libertadores da América no ano do centenáro?
AH: Pô, já acreditei muito no Corinthians e quebrei a cara. Corintiano de verdade nunca confia muito, hehehe... Estou, dentro das possibilidades, animado. É ano de Copa, o Ronaldo vai querer jogar muito, o Roberto Carlos acho que ainda tem futebol ali pela esquerda... O Corinthians sentiu muito a venda do André Santos, então acho que a posição é meio que “chave” no acerto do time para o ano que vem. Acho que tem chances de título, mas os outros brasileiros também chegam bem. Acho que será uma Libertadores brasileira.
ME: Dê algumas dicas para quem quer ser narrador esportivo. Basta apenas ter talento ou tem que ter algumas coisas a mais?
AH: Talento é fundamental, claro. Acho que tem um “algo mais”, um dom que a pessoa ou tem ou não tem. Mas o dom pode (e deve) ser aperfeiçoado. Acho que o candidato a narrador tem que saber muito, ler muito, se informar muito. Ele não pode ser um vendedor de emoções apenas, como em outros tempos. Ele tem que vender a emoção, mas sabendo o que está vendendo. Ficará mais verdadeiro – e melhor. Portanto, leiam muito!
ME: Eu tenho uma pergunta curiosa. Quais os melhores jogos que você narrou na TV e no rádio?
AH: Foram muitos, mas para resumir: Portugal x Holanda na Copa de 2006 no rádio. Na TV, é mais difícil ainda escolher só um (narrei muito mais na TV do que no rádio), mas fico com a estreia do Pato no Milan.
ME: Para encerrar o bate-papo, deixe um recado para todos aqueles que acompanham o seu trabalho no Esporte Interativo.
AH: Obrigado, Otto. Foi uma honra bater esse papo com você. Espero que a galera siga acompanhando nosso trabalho. Fazemos com muita paixão o Esporte Interativo. Ele é feito por gente que realmente ama o que faz. Ótimo 2010 para todos e até o próximo jogo!
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Mídia Esporte: Como foi o início da sua carreira na Rádio Metrópole (antiga Rádio Cidade) de Salvador? Por que você foi parar na Bahia e o que você mais aprendeu por lá?
André Henning: Fui parar na Bahia por conta do trabalho do meu pai. Ele, num determinado momento da carreira, foi trabalhar em Salvador e, depois de separados, minha mãe ficou por lá. Saí e voltei para Salvador algumas vezes na vida. Numa dessas, comecei a cursar jornalismo na UFBA e iniciei profissionalmente na então Rádio Cidade. Lá, aprendi de verdade a trabalhar no rádio. Desde a parte técnica, passando pela área artística e com envolvimento em praticamente todas as áreas do negócio. Foi minha grande escola, dois anos de muito aprendizado. Sempre que vou à boa terra, passo para fazer uma visita ao pessoal.
ME: É verdade que você iniciou a carreira de narrador esportivo na Rádio Transamérica de São Paulo, depois de vários anos trabalhando como jornalista? Quem te influenciou mais, e quando e como isso começou?
AH: Sim, depois de muito tempo como repórter. Tive uma influência direta do Éder Luiz, meu chefe na ocasião. Foi ele quem me incentivou, até me obrigou a narrar, hehe... Mas meu maior ídolo na narração esportiva no rádio é Osmar Santos. Na TV, Galvão Bueno é o melhor que vi. Hoje, Luiz Roberto dá show.
ME: Onde e quando você começou a sua carreira na televisão? Como foi esse processo de adaptação da narração na TV, porque que até então você narrava no rádio?
AH: Comecei na TV num projeto do Esporte Interativo em UHF, dentro da NGT no ano de 2006. A adaptação foi até tranquila, depois de umas “broncas” por estar “muito rádio”. Mas, se tenho uma virtude, é aprender rápido. E saquei de cara que o estilo de narração era um pouco diferente mesmo. Depois disso, foi na boa...
ME: Em 2007, você chega na TV Esporte Interativo como o principal narrador. Como você avalia esse crescimento da emissora e como é a convivência entre os seus colegas de trabalho?
AH: A convivência é a melhor possível, o ambiente é realmente ótimo para se trabalhar. Isso é algo difícil nesse meio. Já trabalhei em alguns lugares e converso com muita gente também. O meio de rádio e TV é repleto de traíras, invejosos, pessoas de péssima índole... é muita vaidade em jogo. O ambiente bom te dá tranqüilidade para trabalhar bem. Quanto ao crescimento do Esporte Interativo, isso é só o começo. Vem muito mais por aí, tenho certeza.
ME: Me lembro que, em algum tempo atrás, você participou de uma maratona, e você ficou extremamente emocionado quando você ligou para o seu pai, Hermano Henning, depois de concluir a prova. Por que você se emocionou tanto?
AH: Porque ele foi (e ainda é) minha principal inspiração para correr. A corrida foi algo que transformou minha vida e ele é o principal responsável por isso. Quanto à maratona em si, foi em 2007. Só o fato de conseguir terminar bem, já seria motivo para se emocionar, mas ela significou algo mais. Eu passava por um péssimo momento pessoal na minha vida e chegar ao fim daquela prova era uma força para superar todos os obstáculos que viessem pela frente. A superação te dá forças. E foi isso que aconteceu.
ME: No programa "Jogando em Casa" você usa os cartões amarelo e vermelho. Como surgiu a história dos cartões e para que exatamente você os usa?
AH: Putz, não é a coisa mais inovadora do mundo utilizar cartões amarelos e vermelhos. Para ficar barato, cito o Gilson Ricardo no Jogo Aberto Rio e o Raimundo Varela, lá de Salvador. Eles já usam os cartões há mais tempo. Nem lembro qual foi a primeira vez que usei, mas faz tempo que não os utilizo. O Henrique Marques sumiu com eles do estúdio durante um tempo e me acostumei a não usá-los... hehe... Acho que o Henrique foi apitar um jogo, ganhar um troco extra, sei lá, hehehe...
ME: Como surgiram alguns de seus famosos e engraçados bordões, como "Tem que apanhar de cinta"? Os bordões são seus mesmo?
AH: Todos naturalmente, são coisas que não são criadas, mas que ouço por aí. O “tem que apanhar de cinta” é algo falado pelo torcedor, foi daí que tirei isso. E todos os outros acontecem por instinto mesmo, sem fabricação prévia. Se ficarem bem no ar, repito. Senão, paro. Simples assim. Mas também não tenho obrigação nenhuma de falar numa transmissão. Eu deixo que eles venham naturalmente, não forço nada...
ME: Na minha opinião, você é um dos melhores narradores esportivos - se não o melhor, principalmente pela emoção e pela empolgação em que você narra os jogos. Como você consegue tornar um jogo pouco empolgante em uma partida emocionante?
AH: Obrigado pelas palavras, agradeço mesmo. Faço o jogo se tornar emocionante basicamente por um motivo: eu realmente me emociono com eles. Claro que, às vezes, um jogo não empolga, não emociona. Aí, é hora de buscar no fundo do conhecimento algo que o torne atrativo. Mas primeiro ele se torna atrativo para mim, entende? Eu apenas consigo jogar na tela o que estou realmente sentindo. Se eu não estiver “no jogo”, aí não dá certo...
ME: Vamos falar um pouco de futebol. O que você espera do seu time de coração, o Corinthians, para o ano de 2010. O time tem chances de título na Libertadores da América no ano do centenáro?
AH: Pô, já acreditei muito no Corinthians e quebrei a cara. Corintiano de verdade nunca confia muito, hehehe... Estou, dentro das possibilidades, animado. É ano de Copa, o Ronaldo vai querer jogar muito, o Roberto Carlos acho que ainda tem futebol ali pela esquerda... O Corinthians sentiu muito a venda do André Santos, então acho que a posição é meio que “chave” no acerto do time para o ano que vem. Acho que tem chances de título, mas os outros brasileiros também chegam bem. Acho que será uma Libertadores brasileira.
ME: Dê algumas dicas para quem quer ser narrador esportivo. Basta apenas ter talento ou tem que ter algumas coisas a mais?
AH: Talento é fundamental, claro. Acho que tem um “algo mais”, um dom que a pessoa ou tem ou não tem. Mas o dom pode (e deve) ser aperfeiçoado. Acho que o candidato a narrador tem que saber muito, ler muito, se informar muito. Ele não pode ser um vendedor de emoções apenas, como em outros tempos. Ele tem que vender a emoção, mas sabendo o que está vendendo. Ficará mais verdadeiro – e melhor. Portanto, leiam muito!
ME: Eu tenho uma pergunta curiosa. Quais os melhores jogos que você narrou na TV e no rádio?
AH: Foram muitos, mas para resumir: Portugal x Holanda na Copa de 2006 no rádio. Na TV, é mais difícil ainda escolher só um (narrei muito mais na TV do que no rádio), mas fico com a estreia do Pato no Milan.
ME: Para encerrar o bate-papo, deixe um recado para todos aqueles que acompanham o seu trabalho no Esporte Interativo.
AH: Obrigado, Otto. Foi uma honra bater esse papo com você. Espero que a galera siga acompanhando nosso trabalho. Fazemos com muita paixão o Esporte Interativo. Ele é feito por gente que realmente ama o que faz. Ótimo 2010 para todos e até o próximo jogo!
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que legal otima entrevista nossa nunca imaginei q o Andrea fosse filho do Hermano Henning
ResponderExcluirque legal
Nate
Valeu pela entrevista Otto.
ResponderExcluirValeu Ribamar,
ResponderExcluirA entrevista do Esporte e Mídia também ficou muito bom.
Para quem não sabia, o André é sim filho do Hermano Henning.
ResponderExcluirSou Fã do André, curto muito as narrações dele
ResponderExcluirParabéns Otto pela entrevista
Ótima entrevista!
ResponderExcluirgostei bastante de saber as origens do André Henning!!!
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