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Saiba o que a Globo esconde sobre envolvidos nos escândalos da Fifa

Além de falar pouco de Joseph Blatter, emissora não fala sobre parceria com empresário J. Hawilla, um dos presos no caso Fifa, e não cita nome de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.

Além de falar pouco de Joseph Blatter, emissora não fala sobre parceria com empresário J. Hawilla, um dos presos no caso Fifa, e não cita nome de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF.


Joseph Blatter, J. Hawilla e Ricardo Teixeira são 'blindados' pela Globo

A Rede Globo fez uma cobertura discreta sobre a renúncia de Joseph Blatter à presidência da Fifa, anunciada nesta terça-feira (2). É o que avalia a jornalista Monica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo. Veja o que ela disse:

A Globo, até o "Jornal Nacional", às 20h30, fez um breve registro aqui, outro ali. No "G1 em 1 Minuto", por exemplo, vídeo transmitido pela rede no final da tarde, optou por destacar os postos de combustível que entraram no "dia sem imposto", oferecendo desconto. Na sequência, anotou que, "depois da renúncia de Blatter, já tem candidato para presidente da Fifa", citando o príncipe da Jordânia.

Horas depois, em breve chamada do "JN", prometeu "as novidades da investigação". Na escalada de manchetes do telejornal, porém, nada da investigação. Destacou como eventual motivo da renúncia que Blatter "admite que não tinha apoio para continuar".

No meio da cobertura, mais à frente, a apresentadora Renata Vasconcellos registrou que "o jornal The New York Times e a rede de TV ABC dizem que Blatter está sendo investigado, mas o nome dele não é citado no processo divulgado".

É importante lembrar que a Globo é parceira da Fifa e de Blatter há mais de quatro décadas. O canal transmite a Copa do Mundo desde 1970 e possui os direitos de transmissão do Mundial até 2022.

A Globo costuma pouco noticiar sobre os escândalos que envolvem tanto a Fifa quanto a CBF. Apesar de ter citado um pouco sobre a prisão de José Maria Marin - ex-mandatário da CBF - e sobre a volta repentina de Marco Polo Del Nero - atual presidente da entidade - ao Brasil, a emissora esconde outras coisas que poucos sabem.

Por exemplo, que o empresário J. Hawilla - réu confesso no caso da corrupção da Fifa - é sócio de João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, e de Paulo Daudt Marinho, filho de José Roberto Marinho, em duas emissoras afiliadas à Globo no interior de São Paulo.

Além disso, o mesmo Hawilla também é dono da Traffic, que comprou os direitos de transmissão de torneios como a Copa do Brasil e Copa América de forma fraudulenta. A Globo adquiriu as competições junto ao executivo, que está preso nos Estados Unidos - veja aqui mais detalhes.

A emissora também evita citar o nome de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, que também está sendo investigado. Segundo informações, as emissoras de televisão ainda não estão na lista de investigados no caso Fifa. Inicialmente, a Globo não será afetada. Porém, alguns jornalistas asseguram que ela pode ser investigada futuramente caso o cartola faça uma delação premiada.
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