'Espanholização' nas cotas de TV preocupa presidente do Fluminense
Para Peter Siemsen, os valores recebidos por Flamengo e Corinthians devem gerar um desequilíbrio técnico no Brasileirão dentro de alguns anos
Para Peter Siemsen, os valores recebidos por Flamengo e Corinthians devem gerar um desequilíbrio técnico no Brasileirão dentro de alguns anos
Reprodução / SporTV |
O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, se mostrou preocupado com a nova distribuição das cotas de televisão do Campeonato Brasileiro entre 2016 e 2018, que criará uma abismo ainda maior entre alguns clubes. O dirigente teme o risco do Brasileirão sofrer uma 'espanholização'.
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"É um tema preponderante e fundamental. Se olharmos os exemplos, na própria Espanha isso não aconteceu no primeiro dia, mas sim através dos anos. Em valor absoluto, no quinto, sexto, sétimo, oitavo, décimo ano a distância já está tão grande que nem voltando na cota inicial se consegue retornar. Quando você vê o Valencia contratando, é porque alguém comprou a empresa futebol deles. Como foi com o Manchester City. Para retornar ao passado teria de fazer uma loucura, que é dar cota menor a Barcelona e Real, e isso não vai acontecer. Esse processo depois que se consolida não tem retorno, a não ser que um sheik árabe compre [um clube]", disse Siemsen ao programa 'Seleção SporTV' da última quarta-feira (29).
O dirigente ainda afirma que o Brasil deveria seguir outros exemplos que dão certo na Europa, como os do Campeonatos Inglês e Alemão, que têm venda coletiva. Para ele, a riqueza dos clubes deveria ser fruto de bom trabalho em marketing e sócios-torcedores.
"De 2016 a 2018, a diferença em valor absoluto vai ser brutal. É bastante grave em consolidação futura, um ponto que deveria ser revisto, temos na Inglaterra e Alemanha bons exemplos de competitividade, e mesmo assim as grandes marcas tem muito mais dinheiro de fato do que clubes que tem cota grande e não tem desempenho de disputar o primeiro lugar. Quem faz diferença com cotas equilibrada é a ativação de torcedor. O Bayern de Munique em relação a outros clubes vence na capacidade de gestão e de produzir times espetaculares para ativar torcedores. O Campeonato Brasileiro é um produto único. Quando é tratado individualizado, corre risco de ter uma diferença social enorme em alguns anos", completa.
Divisão das cotas de TV
No contrato que se encerra em dezembro, Corinthians e Flamengo recebiam da Rede Globo R$ 110 milhões, o São Paulo ganhava R$ 80 milhões, Palmeiras e Vasco tinham R$ 70 milhões, o Santos recebia R$ 60 milhões e o bloco de Flu, Cruzeiro, Galo, Inter, Grêmio e Botafogo tinha R$ 45 milhões. Os demais clubes tinham R$ 27 milhões.
A partir do ano que vem, Flamengo e Corinthians receberão da emissora cerca de R$ 170 milhões. O Tricolor estará junto de Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio e Inter, e levará R$ 60 milhões ao ano. Antes, o São Paulo ganhará R$ 110 milhões, seguido de Palmeiras e Vasco, que terão R$ 100 milhões e o Santos, que receberá R$ 80 milhões. Os demais (Coritiba, Goiás, Sport, Vitória, Bahia e Atlético/PR) terão R$ 35 milhões.
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