Presidente do Fla coloca renovação com Globo pelo Carioca na condicional

O dirigente admitiu que não existe cláusula capaz de obrigar o clube a jogar com os titulares o estadual

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, cedeu entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, onde confirmou que a Rede Globo havia concordado anteriormente que o clube colocasse um time alternativo no Campeonato Carioca de 2016. Mas na última semana, a emissora pressionou o clube para jogar o torneio com o time principal, e o Flamengo acatou o pedido.

O dirigente admitiu que não existe cláusula capaz de obrigar o clube a jogar com os titulares o estadual, e disse que não se arrepende da promessa feita, que não conseguirá cumprir. Além disso, ele coloca a renovação na condicional neste início de negociações com a emissora para os próximos anos.

Confira trechos da entrevista publicada no blog de Mauro Cezar Pereira na ESPN.com.br:

No ano passado a Globo havia sido comunicada pelo Flamengo sobre sua intenção de não colocar os titulares no Estadual e aceitou? Ela mudou de posição?
Conforme escrito na nota oficial. Mas esperamos estabelecer um novo marco para 2017 de forma a produzir uma competição melhor.

O que teria motivado a mudança de posição da Globo na sua opinião ?
Não me cabe avaliar. Apenas compreender.

Muitos torcedores do Flamengo se manifestaram nas redes sociais descontentes com o recuo forçado do clube após o senhor afirmar que jogaria o Estadual com um time sub 23. Acham que houve desgaste da imagem do Flamengo. O senhor concorda que houve desgaste ?
Como está escrito na nota, sempre afirmamos que só recuaríamos por imposição da detentora dos direitos de TV. Não esperávamos que acontecesse, mas temos que respeitar. Acho que a torcida vai compreender e continuar a apoiar nossa luta para reformular o futebol carioca.

O Flamengo está mantendo reuniões com a Globo para discutir contratos de transmissão do Estadual 2017 e o próximo acordo da Série A do Brasileiro. Irá atrelar uma assinatura por novos períodos a, por exemplo, mudanças no futebol do Rio de Janeiro?
Acho que esse é o interesse de todos.

A proposta do Esporte Interativo deixa o Flamengo em melhores condições para negociar com Globo Estadual a partir de 2017 e Brasileiro de 2019 em diante?
Essa área comercial eu não posso discutir.

O senhor obviamente acreditava que a Globo manteria a postura inicial, de não se opor à utilização de um time de suplentes no Estadual. Se arrepende de ter afirmado que o Flamengo não utilizaria os titulares no campeonato do Rio, agora que se viu forçado a voltar atrás?
Não. Isso pode acontecer. O importante é ser transparente na comunicação e deixar claro que nossa posição contrária à forma com que o futebol carioca é gerido segue intacta.

Esse contrato que a Globo utilizou para pressionar o clube tem cláusulas específicas sobre a utilização de titulares? Há dois anos, quando disputou a Libertadores, o Botafogo jogou o Estadual com time reserva e não foi cobrado por isso, e o contrato em vigor era o mesmo.
Não é uma questão de filigranas jurídicas. A Globo tem os direitos sobre a competição e não vamos ficar discutindo sobre cláusulas de um contrato assinado de boa fé em 2010. Temos que dar conforto aos nossos parceiros comerciais. Para o ano que vem tentaremos construir uma nova realidade.

Então a Globo não tinha cláusulas que lhe dessem poder para forçar o Flamengo a escalar os titulares. O clube não quis desagradá-la por vê-la como parceira. Mas com isso a Globo fortaleceu a Federação no confronto com a dupla Fla-Flu, não achas?
Num primeiro momento, talvez. Mas 2017 vem aí.

Da Redação/Portal Mídia Esporte
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