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Nova proposta e aumento de luvas fez São Paulo trocar Esporte Interativo pela Globo

A versão final do contrato que foi submetido ao conselho deliberativo foi concluída por executivos da Globo horas antes da reunião na qual foi aprovado

A versão final do contrato que foi submetido ao conselho deliberativo foi concluída por executivos da Globo horas antes da reunião na qual foi aprovado



Foi cheio de reviravoltas seus bastidores e definido apenas aos 45 minutos do segundo tempo o episódio no qual a Globo fechou com o São Paulo na última terça-feira a renovação dos direitos de TV fechada a partir de 2019. O Esporte Interativo também concorria. A versão final do contrato que foi submetido ao conselho deliberativo foi concluída por executivos da Globo horas antes da reunião na qual foi aprovado, o que provou ser uma ação decisiva.

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A equipe da Globo trabalhou de forma exaustiva, especialmente no fim de semana, para modificar o formato do contrato. Nos dias que precederam a reunião, conselheiros receberam e-mails nos quais era argumentado que a Globo apresentava um pacote que misturava os direitos de TV fechada com as da TV aberta, enquanto a proposta do Esporte Interativo tratava exclusivamente de TV fechada. Ou seja, argumentava que a Globo queria comparar maçã com laranja. Executivos da Globo, então, lançaram mão do jogo de cintura e alteraram o formato da proposta, do fim de semana para a terça-feira, para incluir somente os direitos de TV por assinatura. Ou seja, passou a comparar maçãs com maçãs.

O fator luvas também desempenhou um papel decisivo para a finalização do acordo. Como o Esporte Interativo havia indicado a cartolas que cobriria as ofertas de luvas da Globo, os cartolas são-paulinos já contavam que isso aconteceria. Pares do vice são-paulino Ataíde Gil Guerreiro, que pilotou a negociação pelo São Paulo, ouviram dele que o Esporte Interativo igualaria a proposta da Globo de luvas de R$ 60 milhões. Horas antes da reunião era isso que comentavam no Morumbi quem havia se reunido com ele para discutir as propostas. Aliás, Ataíde não foi um caso isolado. Cartolas de outros dois grandes clubes do eixo Rio-São Paulo foram bater às portas da Globosat para argumentar que o Esporte Interativo havia indicado que cobriria o valor das luvas da Globosat, conforme relatado no post anterior deste blog. Não foi o que aconteceu.

O Esporte Interativo justificou que não igualaria as luvas de R$ 60 milhões e manteria a proposta de R$ 40 milhões. Horas antes da reunião do conselho deliberativo, Ataíde ligou para o Esporte Interativo algumas vezes, insistindo para que igualassem o valor. Em vão. Defensor da livre concorrência, vide o episódio que culminou na implosão do Clube dos 13, Ataíde alertou sobre a discrepância.

Ironicamente, o fato de conhecer desde aquele episódio alguns executivos da Globo com ideias progressistas, Pedro Garcia e Fernando Manuel Pinto, influiu positivamente na comunicação entre São Paulo e Globo. Em vez de levar um sentimento de vingança à mesa de negociação pelo que ocorreu ao Clube dos 13, os contatos entre Ataíde e Fernando Manuel Pinto, seu interlocutor direto mais frequente pela Globosat, foram tranquilos (para uma negociação). Tratar as duas propostas de forma igual foi também de uma prova de lealdade da parte de Ataíde ao presidente são-paulino, Leco, que tinha preferência pela Globo.

Fonte: Eduardo Ohata/UOL

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