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Fundador do Esporte Interativo, Edgar Diniz garante que não deixará de vez o canal

O executivo afirma que não saiu antes da diretoria da Turner porque tinha um acordo com a empresa


O sócio-fundador do Esporte Interativo, Edgar Diniz, revelou há duas semanas atrás que deixará os cargos de diretor-geral da emissora e vice-presidente sênior do grupo Turner no Brasil. Pela primeira vez, o executivo falou oficialmente sobre o assunto em entrevista à jornalista Keila Jimenez.

Na conversa, Diniz afirma que não saiu antes da diretoria da Turner porque tinha um acordo com a empresa. Ele justifica que não quer trabalhar com a parte burocrática e que não consegue se adaptar ao ambiente de uma multinacional.

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"Assumi um compromisso informal com o Juan Carlos [Urdaneta, presidente da Turner na América Latina] durante a venda do Esporte Interativo: ajudaria nesse processo de distribuição do canal na TV paga, com a entrada na Net e na negociação com os clubes pelos direitos do Brasileirão. Conseguimos isso e quando vi, estava vivendo novamente naquela ambiente de multinacional", disse.

O executivo ainda garantiu que não deixará de vez o Esporte Interativo. "Vou continuar com Consultor Estratégico, negociando direitos de transmissões esportivas, contratos", afirmou Diniz, 'desanimando' os concorrentes, como a Globosat. "Não comemorem. Eu não desisti".

Em sua trajetória no Esporte Interativo, Diniz afirma que teve três passos decisivos para o crescimento do canal. "O primeiro foi conquistar os direitos da Liga dos Campeões da Europa. ESPN e SporTV se juntaram em uma oferta poderosa pelos direitos do campeonato. Além da proposta boa em dinheiro, tivemos de convencer a UEFA que daríamos o tratamento que a Champions merece. Só uma oferta agressiva não adianta nesses casos", disse.

O segundo passo foi entrar na Net e Claro TV, duas das grandes operadoras de TV paga - o EI ainda negocia com a Sky. "O mercado acompanhou a nossa luta. Mas a conquista da Champions League ajudou, foi uma forma de pressão, abriu o caminho na Net".

Por fim, Diniz disse que o terceiro desafio foi conquistar os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2019. O Esporte Interativo já assinou com 15 clubes, incluindo Santos e Internacional.

"É difícil convencer as pessoas a mudarem, a quebrar um monopólio de 20 anos [da Globosat]. A inércia é mais atraente. Mas só conseguimos convencer os clubes depois que conseguimos entrar na Net. Esse era o argumento da concorrência: 'Vocês vão fechar com o Esporte Interativo? Onde vai passar mesmo o jogo de vocês?', eles diziam para os dirigentes dos times. Entrando na Net, essa história acabou", completou.

Diniz ainda permanecerá por um mês na diretoria da Turner. Os também fundadores do Esporte Interativo, Maurício Portela e Leonardo Lenz Cesar, passarão a ocupar as funções do ex-presidente do canal.
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