Globo não fecha acordo e CBF transmitirá amistosos da Seleção na TV Brasil
Confederação compra horário na emissora estatal para transmitir partidas contra Argentina e Austrália
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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não fechou acordo com a Rede Globo e vai transmitir os dois próximos amistosos da Seleção Brasileira, contra a Argentina, no dia 9 de junho, e Austrália, no dia 13, por conta própria.
A entidade máxima do futebol brasileiro comprou horário na TV Brasil, emissora mantida pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), ligada ao Governo Federal, para transmitir as partidas, que vão começar às 7h (de Brasília). A CBF vai pagar um valor simbólico de R$ 15 mil por partida, totalizando R$ 30 mil.
Além da TV Brasil, a Bandeirantes também deve ser anunciada como parceira nesta semana [Atualização: A Band desistiu de exibir os amistosos]. Nos próximos dias, a confederação deverá também fechar contrato com um canal fechado para os dois amistosos. Essas emissoras também teriam que exibir o conteúdo produzido pela CBF.
Além de disponibilizar os dois amistosos na TV aberta, a entidade está perto de fechar acordo com o Facebook para transmitir os jogos da seleção pela internet. Segundo o plano comercial para as partidas apresentadas pela rede social aos anunciantes, cada cota de publicidade é oferecida para os dois amistosos por R$ 2,3 milhões - R$ 1,8 milhão para o Facebook e R$ 500 mil para os cofres da CBF.
A CBF deve fechar também com uma empresa de telefonia, no caso a Vivo, a transmissão dos jogos por celular. Dentro da confederação, são levadas fortemente em conta as possibilidades abertas com as novas tecnologias como as mídias sociais.
Equipe
A CBF contratou Pelé para ser o comentarista dos dois amistosos do Brasil no próximo mês. A ação faz parte do ousado projeto bancado pela entidade de produzir e transmitir as partidas de sua seleção a partir de agora.
A operação será baseada nos estúdios da CBF, que ficam no prédio da entidade, no Rio de Janeiro. De lá, Pelé fará os seus comentários. Pelo menos 50 profissionais vão trabalhar no Brasil e em Melbourne.
A transmissão da CBF ainda deve ter a presença do comentarista Denílson, da Band, e do narrador Nivaldo Prieto, do Fox Sports.
Imbróglio com a Globo
Até agora, a CBF não fechou contrato com a Rede Globo. Executivos envolvidos na negociação não acreditam que a emissora carioca chegará a um acordo com a entidade. Até o ano passado, a Globo transmitia com exclusividade todos os amistosos da seleção brasileira.
Além dos amistosos, a confederação também cogita a possibilidade de estender o projeto para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. A entidade não tem contrato com nenhuma emissora de TV para a próxima edição do torneio classificatório.
A ainda CBF considerou vender em processo de bid (leilão) os amistosos no longo prazo (deste ano e dos seguintes), mas decidiu comercializar esses antes, de forma pontual.
Em nota, a assessoria de imprensa da Globo afirma que não concorda com o modelo usado pela CBF para negociar os amistosos da seleção, mas que buscou um acordo, sem sucesso. Leia abaixo o texto da emissora:
"O futebol sempre foi um conteúdo importante para o brasileiro e, por isso, é estratégico para a Globo e o SporTV.
Acreditamos que com compromissos de longo prazo conseguimos oferecer a melhor e mais completa experiência para o torcedor brasileiro, para as equipes, para os anunciantes e suas marcas. Foi pensando assim que adquirimos os direitos da Copa do Mundo até 2022 e que temos vários eventos e parcerias de longo prazo.
A CBF tinha planos de negociar os direitos dos Amistosos e das Eliminatórias da Copa 2022 na forma de bid (leilão fechado). Recentemente decidiu vender os dois jogos amistosos de junho de forma avulsa e, embora não acreditemos que esta seja a melhor solução para todas as partes, tentamos negociar mas não chegamos num acordo.
O Grupo Globo defende um mercado de concorrência e acredita que tem a melhor solução de visibilidade e envolvimento para os eventos da nossa seleção, tanto pela audiência quanto pela qualidade de transmissão e modelo econômico, mas respeitamos se a CBF pensa diferente.
Nós mantemos o nosso compromisso com o futebol e o nosso interesse em continuar trabalhando com a CBF na construção de acordos que sejam bons para todos - para a própria CBF, para o Grupo Globo, para os anunciantes e suas marcas, mas sobretudo para o público torcedor apaixonado pelo futebol e pela seleção brasileira."
Com informações do site 'UOL' e dos jornais 'Folha de S. Paulo' e 'Lance'.
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