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ACERJ divulga nota de repúdio aos atos de violência cometidos contra jornalistas em São Januário

Órgão relata que profissionais de imprensa foram ameaçados e agredidos moral e fisicamente por torcedores

Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
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A ACERJ (Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) emitiu uma nota oficial uma nota oficial em repúdio aos atos de violência cometidos contra jornalistas após o jogo entre Vasco x Flamengo, realizado no último sábado (8) no Estádio São Januário.

No domunicação, o órgão relata que profissionais de imprensa foram ameaçados e agredidos moral e fisicamente por torcedores. O caso mais grave ocorreu com o cinegrafista Benjamin Reis, da TV Bandeirantes, que parou no hospital após ser atingido por um vergalhão lançado por uma dessas pessoas.

Veja abaixo a nota completa:

"NOTA SOBRE OS INCIDENTES EM SÃO JANUÁRIO

A diretoria da Acerj vem a público manifestar sua indignação com os fatos ocorridos em São Januário, quando do jogo entre Vasco e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, disputado no sábado, 8/7/2017. É inaceitável que os profissionais de imprensa sejam ameaçados e sofram agressões morais e físicas, notadamente no exercício de suas funções.

O caso mais grave foi o do cinegrafista Benjamin Reis, da TV Bandeirantes, atingido por um vergalhão por um torcedor não identificado. A agressão se deu dentro da cabine utilizada pela emissora e o profissional só conseguiu sair do local graças à intervenção de um jornalista da Record, que travou uma luta corporal com o agressor. Benjamin teve de ser levado ao hospital.

O comentarista da Rádio Nacional, Waldir Luiz, também passou por momentos de tensão e pavor quando uma pessoa invadiu a cabine da emissora e o ameaçou de agressão com gritos e palavrões. Pouco antes, uma pedra atingiu o vidro da cabine.

Já o repórter Bruno Marinho, do Jornal Extra, foi obrigado a entregar seu celular a seguranças do Vasco depois de ouvir deles que não poderia registrar imagens das brigas. Todas as fotos do aparelho foram deletadas e só então ele teve o celular devolvido.

Aline Nastari, do Esporte Interativo, também se viu em situação de pânico ao lado de outros colegas da FOX e Record nas cabines 10 e 11. Ela contou que torcedores tentaram impedir a filmagem das brigas estendendo uma bandeira em frente das cabines. Minutos depois do jogo, alguns deles tentaram invadir as duas cabines e quebrar as câmeras, no que foram impedidos por um segurança do Vasco.

O repórter Pedro Ivo, do site UOL e diretor da Acerj, relatou que os jornalistas que chegavam para trabalhar no estádio tinham de passar pelo meio da torcida para ter acesso às cabines de imprensa. Naquele instante, ele e alguns de seus colegas ouviram de um segurança: “Passa rápido que isso aqui é tipo a Faixa de Gaza”.

De acordo com texto de Pedro Ivo publicado no UOL, um repórter do site Globoesporte.com foi interpelado por um torcedor da ‘Força Jovem’, no momento em que entrevistava uma vítima dos distúrbios, e sofreu ameaças. O homem dizia que o agrediria e que roubaria seu celular, enquanto gritava em tom raivoso: “Não vai entrevistar ninguém, quem manda aqui somos nós”.

Esses e outros relatos estão devidamente documentados. A Acerj está enviando ofício ao Clube de Regatas Vasco da Gama e à Polícia Militar pedindo providências para que os profissionais de imprensa tenham garantias de segurança para o exercício de suas atividades em futuros jogos no Estádio de São Januário. Ao mesmo tempo, a Acerj está solicitando o agendamento de reuniões com as duas instituições – Vasco e PM – para buscar soluções."
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